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Memória

Ymera Senatore foi colunista social por 20 anos no Jornal O Progresso

Ela quebrou tabus, enfrentou uma sociedade preconceituosa e foi para São Paulo atrás de seu sonho

05 Set 2021 - 18h00
Ymera Senatore, aos 19 anos, em evento realizado no ano de 1951 - Crédito: Miguel SenatoreYmera Senatore, aos 19 anos, em evento realizado no ano de 1951 - Crédito: Miguel Senatore

Em 1953 uma jovem, linda e talentosa cacerense chamada Ymera Senatore quebrou todos os tabus e enfrentou toda uma sociedade preconceituosa, partiu para São Paulo atrás do sonho de se tornar atriz de teatro e cinema. Ao concluir o curso ginasial em Cáceres decidiu morar com os tios em São Paulo e na primeira oportunidade participou e venceu os testes cinematográficos a que foi submetida dentre muitas outras candidatas na empresa cinematográfica Itamonte Filmes que iria produzir a película “TORNA A FELICIDADE “na cidade de Leme no interior paulista. Iria contracenar nada mais, nada menos com o galã da época Maurício Morey, o ator principal de “Da Terra Nasce o Ódio”. E que em 1955 em “A lei do Sertão”, era o mocinho outra vez Maurício Morey. 

O filme foi rodado na fazenda Ibicatu na cidade de Leme-SP. Segundo o historiador João Correa que possui uma página na face com o nome LEME – Antiga, também esteve procurando informações sobre a película e segundo ele foi filmada, porém não se sabe o motivo do seu não lançamento. 

Ymera era mato-grossense e é portadora de 3 dos mais honrosos títulos de beleza e graça a que pode almejar uma garota com seu físico e elegância: Miss Cacerense, da cidade de Cáceres MT, Miss Bangu, da cidade de Campo Grande e rainha do carnaval.

Em uma conversa com Miguel Senatore, seu primo, sobre a passagem de Ymera pelo cinema, disse, não existir registro, apenas relatos de familiares. Sabe-se que Ymera Senatore não levou adiante o seu sonho de ser atriz.  Casou-se com Vitório Fedrizzi, em 1956, com quem teve seis filhos: Danilo, Adriana, Roberto, Giorgio, Sandro e João. Após o casamento, o casal fixou residência em Dourados. Ymera faleceu em 26 de fevereiro de 2009.

Ymera e seu espírito Humanitário
Ao se voltar no tempo, as lembranças sobre a cacerense Ymera Senatore Fedrizzi, evidenciam uma personagem de um coração bondoso e de alto espírito humanitário especialmente em se dedicar e servir ao próximo.

Até hoje ela é lembrada por antigos pioneiros de Dourados-MS, pela sua dedicação e trabalho em prol da comunidade que escolheu para viver a maior parte de sua vida.

Ymera deixou Cáceres-MT após ser escolhida na década de 50 como a mais bela cacerense, mudando-se para Dourados quando Mato Grosso ainda não era dividido, após casar-se com o italiano Vittorio Fedrizzi.

Em Dourados-MS, ainda na década de 50, o casal presenteia à cidade com a construção do “Grande Hotel”  conhecido pela grandiosidade que representou à época no município. Hoje o local abriga a agência do Bradesco Ymera foi por 20 anos a Colunista Social do jornal O Progresso, onde assinava a coluna com o pseudônimo de Aremy.

Baile de Debutantes, marca de bom gosto, beleza e amor ao próximo
A realização do Baile de Debutantes durante 15 anos, foi uma marca relevante de organização e trabalho beneficente da cacerense em tela. Ymera

Senatore Fedrizzi trabalhou muito pelas crianças pobres e desamparadas que viviam no Lar Santa Rita de Cássia.

Foi ai que ela teve a ideia de lançar o evento que tinha como finalidade principal a arrecadação de recursos financeiros para manter em atividade a entidade acolhedora das crianças carentes de Dourados.

Revela o filho Roberto Senatore Fedrizzi, corretor de imóveis, que sua mãe estava à frente de uma equipe especialmente escolhida por ela como voluntários, na venda de mesas para o baile que se tornou bastante famoso no município, região, e estado de MS. Ymera buscava patrocinadores e anualmente contratava um artista global para apresentar as debutantes à sociedade douradense. Ela usava praticamente toda a estrutura do Grande Hotel para promover o evento social com fins filantrópicos.

Além de adquirir meios para manter em atividade o Lar Santa Rita de Cássia, ela também deu uma vida melhor às crianças desamparadas ao promover adoções junto às famílias influentes da cidade, são vários aqueles que passaram pelo abrigo e hoje se destacam como profissionais de talento e sucesso.

Descobriu a Miss Dourados, que se tornou MS e Brasil

Sempre envolvida nos eventos que reunia a expressão máxima da beleza feminina douradense, Ymera com seu olhar clínico, ajudou os organizadores descobrirem aquela que viria a ser a primeira e única Miss Mato Grosso do Sul. Trata-se da douradense Michella Dauzacker Marchi, que também ganhou o Miss Brasil 1998.

Lembra Roberto Fedrizzi, ser ela a filha da Miss Dourados 1972, Sandra Dauzacker, evento organizado pela sua saudosa mãe Ymera.

Como prêmios, a douradense indicada por Ymera, garantiu um Corsa 98, sete vestidos de gala, um celular, jóias e mais R$ 3.500 em dinheiro.

Em 12 de maio de 1998 Michella Marchi viajou para Honolulu, no Estado americano do Havai para disputa do Miss Universo, obtendo o 6º. Lugar. (Fonte: Wikipédia).

Outras realizações
Roberto Fedrizzi, ainda revela que a mãe esteve junto do pai empresário do setor da construção civil, em várias frentes de trabalho. Cita a construção da primeira escola estadual do município; o primeiro ginásio coberto. A construção do belíssimo Clube Indaiá.

A família fez também a doação de metade da área onde hoje está em pleno funcionamento a Socigran – Sociedade Civil de Educação da Grande Dourados, fundado em 22 de outubro de 1976. A instituição de nível superior surgiu na intenção de elevar o nível profissional, cultural e social daquela região. Vinte e dois anos depois, em 1998, a Socigran passou a ser chamada de Unigran – Centro Universitário da Grande Dourados.

A decisão da família de Ymera em doar a área possibilitou um crescimento emergente no município após a implantação do ensino superior. (Com informações de Paulo Fanaia e Antonio Costa).

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