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Economia

Mercado digital se torna tendência das médias e pequenas empresas

Especialista analisa as etapas do processo de digitalização e cenário do mercado físico. Apesar da praticidade, consumidores podem enfrentar desconfiança

30 Jun 2024 - 08h00Por Arthur Santos*/Jornal da USP no Ar
Mercado digital se torna tendência das médias e pequenas empresas - Crédito: rawpixel.com/Freepik Crédito: rawpixel.com/Freepik

Nos últimos anos, as médias e principalmente as pequenas empresas têm intensificado a migração de comércios físicos para os digitais. Segundo o estudo feito pelo Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice de empresas que informaram usar ao menos um canal digital, que era de 59% em maio de 2020, passou para 69% em março de 2021. Parte desse crescimento é atribuído por especialistas à pandemia de covid-19, que obrigou muita gente a permanecer em casa por um longo período, entretanto, de acordo com a pesquisa Future of Retail, realizada pela Euromonitor International, empresa global de pesquisa de mercado, e o Google, a projeção de crescimento do comércio eletrônico, o e-commerce, até 2025 é de 42%.

O aumento exacerbado de companhias que se estabelecem na internet, ou que migram do mercado físico para o digital, faz com que se tornem frequentes debates sobre essas migrações, em especial aqueles que giram em torno da divulgação do serviço, uma vez que 94% das empresas escolhem o marketing digital como estratégia de crescimento, segundo a Pesquisa Maturidade do Marketing Digital e Vendas no Brasil.  

Entretanto,  uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) revelou que 66% das micro e pequenas empresas no país ainda estão nos níveis iniciais de maturidade digital, termo que define o nível em que o conhecimento técnico e a implementação de tecnologias digitais se encontram.

Fernando Barros – Foto: Arquivo pessoal

 

Mas, para o professor Fernando Barros, do Departamento de Economia da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, essa migração do comércio físico para o digital não é uma regra. “O empresário pode analisar os resultados no mundo digital e considerar que não vale mais a pena manter uma empresa física. Porém, ele também pode concluir que a presença digital beneficia a empresa física.”

Além disso, diz o professor, a digitalização também requer uma mudança de mentalidade por parte dos empresários. “Uma etapa essencial no processo de digitalização é a aquisição de informação. As empresas que estão se digitalizando precisam entender o que é esse mundo digital e a legislação que regula esse mercado, que é um pouco diferente do mercado físico.”  

Evolução digital

A boa notícia sobre o mercado digital no Brasil vem de um estudo realizado em 2023 pelo Núcleo de Engenharia Organizacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que mapeou 39 programas de transformação digital no setor de pequenos negócios na indústria. Entre os dez países analisados, o Brasil é o único com iniciativas que contemplam as três fases da digitalização: conscientização, implementação e manutenção. “O consumidor brasileiro gosta muito do mercado digital, então as empresas, o governo e a regulação, estão entendendo isso. A grande demanda brasileira é um dos fatores de sucesso”, avalia Barros. 

Com o País  cada vez mais evoluído digitalmente, o número de visitas e compras de forma on-line tende a aumentar, por conta da exposição em larga escala. A empresa que se faz presente no mercado digital, em redes sociais ou sites, por exemplo, tem, naturalmente, um alcance muito maior em comparação a quem atua apenas de forma física. Barros entende que caso a empresa tenha logística é possível atender clientes de qualquer lugar, enquanto uma loja física demanda que “as pessoas se desloquem até ela ou que a empresa chegue até as pessoas”.

Mas, como nem tudo é simples no comércio, mesmo no digital, o consumidor também enfrenta desafios, diz Barros. “O consumidor consegue ter mais opções de compras no mercado digital, mas não consegue testar ou experimentar o produto, tem problemas com prazos de entrega, além da falta de confiança sobre se o produto condiz com a divulgação.”

Barros também alerta que as empresas digitais têm cada vez mais um maior raio de entrega, por isso precisam estar preparadas para entender como é a logística para a mercadoria chegar no cliente de forma rápida e também ter agilidade para resolver as possíveis devoluções. 

*Estagiário sob supervisão de Ferraz Junior e Rose Talamone

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