UFMS 45 anos: relatos narram a trajetória das construções da Universidade
Atualmente, a Instituição possui 10 câmpus, 23 polos de educação a distância, duas bases de pesquisa e uma Fazenda Escola, distribuídos por todas as regiões do Estado
30 JUN 2024 • POR Ariane Comineti/UFMS • 07h15Em quatro décadas e meia, a Universidade cresceu tanto no número de estudantes, professores, técnicos-administrativos e colaboradores, quanto em sua infraestrutura. Em 1979, a recém-criada UFMS já nasce multicampi, com 22 cursos em Campo Grande, Corumbá, Três Lagoas, Aquidauana e Dourados, além de monumentos e construções importantes como o Teatro Glauce Rocha, o Estádio Morenão e o Monumento Símbolo. Atualmente, a Instituição possui 10 câmpus, 23 polos de educação a distância, duas bases de pesquisa e uma Fazenda Escola, distribuídos por todas as regiões do Estado, com instalações que representam o espaço para conquistas profissionais de toda a comunidade universitária.
As edificações da Universidade evocaram memórias frente à pergunta “Como a UFMS faz parte da sua história?” e por isso, nesta quinta reportagem especial em comemoração aos 45 anos de Federal, apresentamos os relatos de quem acompanhou de perto a construção de prédios e ambientes nos quais inúmeros sonhos são realizados.
Neiva destaca o privilégio exclusivo que tiveram no acesso ao local, pois seu pai era operário da construção civil atuante nas obras da Cidade Universitária durante a semana e, aos sábados e domingos, trabalhava como guarda, vigiando a construção. “Nós íamos levar o almoço para o papai e, enquanto ele almoçava ali mesmo, nós ganhávamos asas e explorávamos cada cantinho daquela cidade gigante. Por entre blocos de concreto e tapumes de madeira, acontecia o espetáculo do esconde-esconde, do pega-pega, da amarelinha riscada no chão com pedaços de pedras da construção. Eu passava a semana inteira esperando por esse momento”, relembra.
“A minha vida não seria a mesma se na minha história não houvesse esse capítulo. Parabéns UFMS pelos seus 45 anos de federalização, sucesso e prosperidade para você e os seus. Eu guardo na alma o orgulho de saber que em algum canto do seu chão, a terra foi molhada pelo suor do meu papai”, finaliza.
A professora aposentada Tania Mara Garib, que atuou no antigo Departamento de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública e coordenou o Curso de Odontologia por dois mandatos antes da instalação da Faculdade de Odontologia, tem boas lembranças do tempo em que esteve na Base de Estudos do Pantanal (BEP), acompanhando o atendimento dos estudantes à população local.
Assim, Tania também colocou a proposta embaixo do braço e foi atrás dos “mecenas”, termo designado para pessoas ricas e poderosas interessadas em financiar projetos artísticos e literários na Antiguidade e no período do Renascimento. Posteriormente, a expressão tornou-se mais abrangente, indicando também o patrocínio a instituições e outras atividades.
A professora aposentada destaca que o necessário aos consultórios médicos era mais fácil de conseguir, pois eram mesas, cadeiras e macas. Para os laboratórios de exames, seriam necessários itens um pouco mais complexos, mas havia a alternativa também de levar as amostras para análise em Campo Grande. Já para os consultórios odontológicos, as necessidades eram ainda mais complexas e caras, o que a levou a buscar uma parceria com a Secretaria de Estado de Saúde.
Os passos seguintes foram sensibilizar os colegas para que, além do trabalho semanal, topassem viajar quase 300 km aos finais de semana para o atendimento na Base de Estudos do Pantanal, inaugurada em 1991, e propor a experiência aos estudantes. “Nossa proposta era pegar o barco, subir e descer o rio Miranda que passava nos fundos da Base, fazer um levantamento epidemiológico das necessidades odontológicas do homem pantaneiro, divulgar que a cada quinze dias estaríamos lá para atendê-los. No começo eram duas ou três pessoas que compareciam, mas, com o tempo, este número foi aumentando”, rememora.
A docente aposentada lembra dos tempos iniciais nos quais improvisou alguns instrumentos de especialidades e destaca ainda o grande aprendizado com as famílias pantaneiras e com os colegas das outras áreas de atuação. Ao final da tarde, os biólogos com seus equipamentos e binóculos observavam os animais e aves e eu, curiosa, também aprendia um pouco. “E assim, por muitos anos, participei desse trabalho maravilhoso. A cada quinzena um professor se oferecia para acompanhar a turma. Ninguém pensava em hora extra ou vantagem pessoal. Era amor mesmo”, encerra.
UFMS 45 anos
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Fotos: Arquivo pessoal e Agência de Comunicação Social e Científica